terça-feira, 27 de setembro de 2011

Ao seu pedido

Mais uma vez. Acaba de acontecer. Ela vem e destrona certezas, quer apenas sorrir e faz isso com tanta graça que nem acredito ainda possíveis pessoas assim. Faz essa bagunça na minha tarde com uma simplicidade assustadora. Ainda bem que não ando mais às margens de sabe-se lá qual gruta inexplorada. Muito fácil perder o foco e capitular à distância imensuráveis de sua desavença para com meu estado depois que ela se vai. Abre a porta, com copos à mão. Tem dificuldades para abrir a porta. Ajudo-a na seguinte. Seus olhos desviam ainda não compreendo que tipo de segredos, mas há. A verdade é que tudo fica melhor depois desse simples gesto. No fim das contas não fui eu quem a ajudou a passar pelas portas, transpor espaços, acomodar-se esquecida de todo o resto. Foi ela quem melhorou minha tarde, não por simplesmente existir que esse exagero é para quem chegará nesses meus anos de agora, mais adiante. Ela melhorou minha tarde por ter me permitido vê-la no seu segundo desprotegido, naquele ínfimo resíduo de realidade em que os seres que nem ela, enrubescem, pedem ajuda ou não dizem nada esperando ser atendidos em todos os seus mais absurdos segredos. J.M.N.

Um comentário:

Wagner Dias Caldeira disse...

Como se estivesse prostrado diante do espelho de Machado de Assis, a cada dia que passo sem vir ler o blog parece que vou ficando puído.

Esses pedidos - convocações - pra que vejam como são perfeitas as suas faltas. Como fazem questão de expor seus vazios como quem diz: completa-me.