sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Como não achei desculpas

Vem nas últimas horas o perdão. Não vem. Não chegou a tempo a oração de pedido. Vem de longe essa descoberta minha sobre a natureza do que quero. Nunca mesmo, vem de dentro. Do olho do espaço nulo em que escreves esses teus textos estúpidos. Então minha raiva vem de você, ou das coisas que dizes agora. Vem de reconhecer que fomos únicos. Fetos dessa estiagem de momentos sãos. Humildes nascentes de qualquer vão de perna. Não aceito isso teu, essa falácia de que sou menos que eu mesmo e tu ainda menos que a existência e pior, que sais do que eu vejo no espelho. Não me vês no espelho sozinho. Venho a ti quando te faltam entes nos quais atirar teus dejetos, tuas cruezas. Vou além e digo, não és nada então que a purificação de aventar-me outro por si só me salvou e não deu outra trilha ao que me escapa – os pincéis magistrais que só te fazem depois de me pouparem do ódio dão indícios – se não a estrada iluminada de amanhã e depois. Onde junto ou ferido farei de mim mesmo o reitor das teorias que inventarei. J.M.N.

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