segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Lágrima dura

Minha lágrima dura persiste
Tumefata por sobre a íris que grita
O ver que sofre
De abundante e tão perdido no imensamente
O cristal tingido pela grafia do inquieto
Não é safira, feldspato ou turmalina
Uma joia de rara razão, que não apenas à beleza é dada
Pingente ou encrustada no sol da pele,
Na raiz de sins e elementos disfarçados
Minha lágrima adoecida e presa luta
Impotente em si mesma, desnutrida
Buscando vozes em vez de luz e redenção em vez de nada
Esta gota decaída me denuncia, estou só
Crispado e rijo dentro do apelo pelo que fui
Chega doer esta incerteza, chega ferir
Na chaga aberta que aprofunda minha ilusão
Vejo afinal que a carne estará aqui para dar limites
E os ossos abaixo dela, sustentação
O que me resta do que vi de tanta derme e sensação
É esta pureza natural, caída em gota
Sobre os quetais da alvorada
Deixada pura depois do choro que matou seu fluido

J.M.N.

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