Vem despida, correndo ao vento. Solta de mim, sem amarras possíveis que seus arquétipos e inspirações são de antes do meu tempo. Acumulada, ela troca de peles ao rasgar-se nas árvores por onde passa e bestifica os frutos, come maçãs pela metade, aderindo-se à falta dos pomos aos próximos esfomeados que por eles passarem. Força todas as portas e se esgueira suada e fedorenta como a memória de espúrias vontades e feitos. Vem malcheirosa a consumir o rosa dos quartos por onde ando, difamando a luz dos abajures ornados com miçangas que à sua presença se transformam nos guizos de saias em dançarinas turcas e faz na mente o composto de história que me liga a mundos estranhos e a pessoas esquecidas. Minha monstra é fêmea como que posta em mim por quem sabia não ser possível suportar sua simples existência. E se agiganta descomunal e faminta a cada deixar de vida, a cada amor descosturado, sangrando anormal e puta o meu sangue. Tornando-se linha, fazendo-se em fala de tantas personagens por ai. J.M.N.
Trilha sonora…
4 comentários:
Fodaço esse texto, amigo. A música por si só já é uma porrada. Mas ler o que escreveste e ouvir o Jhonny deu uma liga a mais.
Bruno.
Ei... eu arrepiei.
De arrepiar mesmo...
Bia
Meu caro amigo,
Que bom que ela está a urrar novamente....
Arthur.
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