quarta-feira, 6 de julho de 2011

Eu daria tudo...

Mesmo baleada me inflamas. Mesmo aflita incitas palpitares estranhos em mim. Teus olhos irrigados, distribuindo nutrientes naquela noite casual. Olhavas tudo. E, perdida, negavas as coisas que cintilavam, mais propensa que estavas aos cantos escuros de dentro. A realidade atroz chegou a ti com a força avassaladora de nunca antes ter te incomodado. O suprimento de si que precisavas, certamente, é maior do que aquele que levaste. Mas entre aqui e além, suavidades a parte, te encontras em mim. Como um espelho tão esperado. Cuja culminância foi o que eu quis, mas não tive coragem. Nada fica na mesma até o fim. Não são culpas, nem se trata de quem ganha ou perde. Tuas lágrimas estão certas, saem de ti. Sou como aquilo que não sabes e venho sussurrar esse segredo meu que indica somos um. Somos um animal fugitivo. Teu respiro e meu suor caindo juntos. Só nos encontramos uma única vez. Nossa rota semelhante desenrola-se diante de nossos olhos. Cansamos juntos. Estou aqui se precisares. Não vou te invadir como todo mundo e espero que não me causes a comoção de antigamente, que já não sou nenhum menino de forças ilimitadas. Entre estes dois pontos, cabe tudo quanto quiseres. Entre o teu esforço em ver e o meu em acreditar, poderemos reescrever nossos nomes e depois disso, cansados, cantar para celebrar as descobertas. J.M.N.

Para ler escutando…

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