quarta-feira, 20 de julho de 2011

A espera da água

Ei, anda meu corpo conforme
Deu a pedra sua estrutura ao mar
Duro, mas ciente de haver cedência
Num futuro não distante
Minha forma será passado
A água virá para tomar-me
Serei menos que um bocado
Não haverá sede
E quando esse dia chegar
De tanto bater-me nas costas
Água me abraçará
Que não sendo carrasco
Me embrulhará macia
Lambendo meu engenho
Até chegar bem dentro de mim

J.M.N.

Um comentário:

Graça Carpes disse...

De uma beleza...Transparente.