quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Bem acordado

Sinto seus dedos entrelaçados aos meus, sinto. Sinto vontade de continuar assim, ligado a você. Tendo por entre os dedos um pequeníssimo limite que me sustenta. Que prende e ata à anatomia e ao desejo. Sinto o dia pleno enriquecido de raios solares. Mesmo na chuva, sinto o dedo divino quebrando os cristais minúsculos, mil minúsculos fragmentos de luz, sinto. Um acordar completo que nenhum sono silencia. Sinto a constante universal a desenhar outra velocidade em meus passos, sinto. Sinto Babilônia indo às crônicas mais antigas em meus papéis escritas. Trafega-me tanta coisa desperta fazendo vias, vicinais, caminhos. Eu estou acordado, tatuado pelo vencer de passos dados em mim. Sobre meu território é que sinto os passos. Sinto-me vígil, entrementes alado e conquistado não por entes, mas por sorrisos e, por conseguinte, sua boca de milagre próxima. Cujo hálito atraente sinto. É que sinto os seus dedos entre os meus dedos. Nossa teia táctil e profunda, sinto. Bem acordado em leituras e programas televisivos, sinto que posso menos do que um dia quis. Não sou menor, pois ainda caibo entre os seus dedos que me amparam e explicitam. Bem acordado eu me canso naturalmente é como me sinto. Sinto que nesta vigília os sonhos terão nomes cabíveis em papéis, em sinônimos. Poder o seu nome, pode ser o meu. Pode ser o bom dia perpétuo que entre meus dedos ao sentir os seus, presencio. J.M.N.

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