terça-feira, 15 de novembro de 2011

A minha versão da saudade

 

As veias puladas da mão que descansa, anonimamente, numa cadeira cujo vai e vem produz o passar da tarde. Precisava vigiar o piscar intermitente do relógio digital, com o silêncio colhido de uma pérola imaterial. 50 anos e a lembrança pegada, daqueles sete meses feitos de acenos e retornos. O gesto sonâmbulo e automático de procurar o corpo dele à noite como quem precisa de socorro. A garrafa de vinho pela metade. Os passantes olhavam e pensavam: ele está esperando. Estava. A morte ou o telefonema daquela que o fez capaz da maior entrega de todas. WDC

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