segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Sobre os sonhos diurnos

Antecipando euforias, ela chega, em branca seda e festim
Alardeando não ser de ninguém, como tampouco é alguém
Um ente, um ser de livros que pulou à realidade
O café ainda dormia em minha boca
Mas seu cheiro despertou os flavores da língua
E úmido, acre, estiloso como nada antes misturado, sorveu-me
E dentro dele um dos olhos adormeceu o outro encontrou
Fantasmas e redenções, tal como os marujos perdidos diriam
Entra e sai sem sequer esquecer um sorriso
Toda dentro de uma medida arbitrária e loquaz
Suficientemente áspera para evitar aproximações
Especialmente dúbia para incitar irresponsabilidades
Bem atrás dela soltei um grito
Quando ela virou, apontei a um carro que vinha em sua direção
Foi só o tempo de salvá-la e deixa-la saber meu nome
Porque, afinal, nada mais importava, senão mantê-la ali

J.M.N.

Um comentário:

Anônimo disse...

O que eu faço com seus sonhos?