Antecipando euforias, ela chega, em branca seda e festim
Alardeando não ser de ninguém, como tampouco é alguém
Um ente, um ser de livros que pulou à realidade
O café ainda dormia em minha boca
Mas seu cheiro despertou os flavores da língua
E úmido, acre, estiloso como nada antes misturado, sorveu-me
E dentro dele um dos olhos adormeceu o outro encontrou
Fantasmas e redenções, tal como os marujos perdidos diriam
Entra e sai sem sequer esquecer um sorriso
Toda dentro de uma medida arbitrária e loquaz
Suficientemente áspera para evitar aproximações
Especialmente dúbia para incitar irresponsabilidades
Bem atrás dela soltei um grito
Quando ela virou, apontei a um carro que vinha em sua direção
Foi só o tempo de salvá-la e deixa-la saber meu nome
Porque, afinal, nada mais importava, senão mantê-la ali
J.M.N.
Um comentário:
O que eu faço com seus sonhos?
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