segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Gula

Idem

Teu pé caiu-me na boca, sensual e íntimo dos caminhos que ninguém sugere. Essa dura romã que coube em minha mão, amanheceu morta sem o beijo da boca, sem a marca dos dentes. Onde foi aparar tua casaca, a pele dourada que segredava as leveduras de se beber contente? Onde está estacionada a submissão do teu olhar ao me ver retornar da guerra? Ainda sobre teu pé: lambo, cheiro, desuso conspícuo e pilhérico como um louco a gorjear a liberdade de tê-la para suprir minha fome de mundo, minha sede de espaço e sanar meu frio de passado estéril e curto demais para a pessoa acumulada que eu sou. J.M.N.

Nenhum comentário: