Aos domingos as brigas eram piores. Razões de ser para mortes desesperadas e amores de urgência ao pé da mesa do café da manhã. Domingo era sempre um dia útil, apesar de tudo, com astral de fim de vida e por isso, parecia que a trama do amor se concentrava mais e mais nos segundos derradeiros das despedidas, ancorando-se nas pontas dos dedos que iam se perdendo um a um enquanto ele descia as escadas e ela entrava de volta em casa, para arrumar sua semana. Era um dia indiscutivelmente superável, mas com quê de necessário. Um limite entre o imaginário de suas esperas e a realidade em si do resto da semana. A linha última entre o eu e o nós, para ambos. Enquanto partilharam domingos, souberam exatamente o que significava viver um para o outro. J.M.N
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