quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Velando a ida, esperando a volta

Quando o barco se foi, pesou-me a triste ladainha da semana anterior. Mil terços não resolverão este adensar de confinamentos em minha alma. Ao longe um farol meio apagado, o peito demasiado fundo. Lá para as bandas de ontem, onde estes ingratos suspiros condensam, a festa é apenas pela lembrança – algo que foi, não é mais e continua doendo. Lembro de quando éramos jovens, alinhando as vidas com linhas de paixão. Espero que este barco volte trazendo as trouxas da ida. Num retorno perpétuo e esperado, amarras no porto norte, donde nunca deveria ter partido. Hei de esperar por ela, de pé, com o olho irrestrito pensando que nunca se foi. Haverá de voltar o barco negro com velas baixas e poucas almas. Sem histórias nem naufrágios, apenas repleto de sal e saudade.

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