quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Histórias para depois do sono VI

É como viver do avesso. A cada beijo, o rumor da vida escolhida por ti, bem longe dos nossos, bem longe de mim. Ah! as escolhas terríveis. Quereres e mais traços. Além dos olhares, adereços, poucos horizontes interessados em nós. Não quero saber das coisas eternas em ti. Caso não tenhas percebido esta noite não cobre meus sonhos. E quando acordo almejando teus lábios? Só o canto e o rádio-relógio me impedem de estar morto. E mesmo que esteja errado, não se esqueça do apreço, dos vícios de te querer, que são a mesma coisa que a morte. E acordo, de repente, nas bocas unidas em beijos, nas ruas vazias de luz, atrasado na promessa de te dar simplesmente tudo. Eu que vivo de amores espessos me encontro sem ti, atrás de um gole de água, ou de um pedaço de sombra debaixo deste sol infernal.

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