Já se vão 40 anos dos episódios que balançaram o mundo moderno e abriram caminho para tantas inovações culturais e transformações históricas no Brasil e no mundo. 1968 deve ter sido um ano mágico, um ano único. Seus ecos ainda estapam comportamentos, orientam teorias e maquiam uma grande porção das atitudes vanguardistas e libertárias em relação ao sexo, uso de drogas, produção cultural etc.
Hoje, a mensagem daqueles tempos soa, muito mais pelos atores que propriamente pelo script, às vezes hidropônica - saudável, necessária, mas, talvez, sem solo para cultivo!
Este ano, em comemoração aos eventos daquele ano inspirador, a Jorge Zahar editora lançou o livro 1968 eles só queriam mudar o mundo e já pode considerar ter tido sucesso em seu balanço anual. Não que as vendas tenham surpreendido, o que, provavelmente, não aconteceu, mas a atitude valeu o investimento.
O livro de Regina Zappa e Ernesto Soto encanta pela edição em papel revista, variedade de fotos e "colunas" especiais escritas por colaboradores, o que dáo ao livro o ar de jornal em edição para colecionador.
O conteúdo é de uma riqueza natural e as mãos dos autores acrescentaram leveza aos temas mais duros como a tortura no Brasil, a repressão política, a censura, os combates no Vietnã, o plano Burnier, a primavera de Praga e tantos a contecimentos fascinates e terríveis daquele que seria considerado por Herbert Marcuse como o ano da revolução mundial.
A riqueza deste período deveria ser discutida nas escolas, mostrada incansavelmente aos novos estudantes ao redor do mundo, não como um líbelo à nostalgia e ao sentimento de incompletude que parece seguir sua história, mas com a intenção de inspirar, sensibilizar e (re?)mobilizar a todos para mudanças continuem sendo desejadas, sonhos continuem sendo buscados e que, sobretudo, tenhamos a certeza de que podemos mudar o mundo - a qualquer momento. J.M.N.
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