Para Mario Benedetti
Que alusões incríveis minhas vísceras fazem agora. Tudo rumando entre a dor e a lembrança. Desde que eu me entendo sinto assim a memória pousando novamente, como uma dor que vem de barco, remo a remo ferindo a água e chegando bem devagar. Neste fim de percurso que me encontro, arranho as linhas do que fui. Em poemas, ensaios, aforisma e todas essas dileções da palavra se me vêm por cima da carne aberta, em espreita tentando sair de mim. Ao que recorro intimamente ao perdão antecipado. Bem quando o pensar empaca naqueles anos. Ora adiante, ora atrás de ainda saber o que se passou. Apenas mais uma pensa quente que me toma de repente. Um calor que não há como explicar. Tampouco a tarde em eu sol debulhado pode com aquele quente que me vem anunciar indevidos, impossíveis e retomadas. É tão vivo o que escuto de meus meios agora. Esse tilintar de cristais reconhecidos. E bem no fim da vida como a meu corpo pensando em ficar, peço o descanso. Não sem antes agradecê-la por tudo, por todos os horizontes que plantou em mim e não teve tempo de visitar ao meu lado. J.M.N.
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