segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Estudos em prosa e sentimentos V

Era tarde dentro da gente. A estrada dura dos dias a contar distâncias sobre nós. Abria a janela e apenas a mesma imagem retida de quando éramos senhores do mundo. Uma entranha doendo não sei onde, nem por quê. Acaba que a hora chegou. Antes nunca do que tarde, era para ser. Mas o contrário também tinha suas razões e aconteceu. Acima de tudo aquela virulência incontrolável que te fez seguir o destino que te pediram e me fez surgir com lanças para te machucar e vencer. Deixaria tudo em nome do que fomos um dia. Mas para isso, teríamos que voltar exatos para aqueles seres que olho de longe e se parecem cada vez menos conosco. Nesse impossível, apenas venço a tristeza do reconhecido dentro das linhas, das canções que ouvíamos e da cessão incansável da noite às minhas loucuras. Dentro desses dois mundos, posso ser quem nunca fui para ambos – eu e você – um criador, um escritor que entende perfeitamente o que é a solidão. J.M.N.

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