terça-feira, 23 de agosto de 2011

Auspício vago

Sou grato por tuas artes, teus serpenteios
Sou grato como o último devedor do império
Cuja alforria em caneta de ouro se deu
E apesar de tanto caminho surgido de repente
Sou grato pela escolha de ser um pouco mais
                                                                 preso
Digo: atado a um empenho de conhecer-te
Sou desse ponto da humanidade em que,
Na mesma medida, no mesmo instante
Surgiram a liberdade e a escravidão
                                         essa impensável
Querida dentro de nossas subvenções
Sou grato pela faceta clara da Lua
Pela insinuação de que há um breu no mundo
Um eu eterno, um nós para quando der
Sou grato pela isenção de tuas lábias
Que de agora em diante dizem sabedorias
Que desde que perdeste o juízo
Não conta mais o quanto é impossível te ter

J.M.N.

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