sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Saberes

Não se sabe do vivo
até que chore
Não se sabe do morto
até que expire
Não se sabe do cego
até a noite perpétua
Não se sabe do crime
até o castigo
Não se sabe da rima
até nascer o verso
Não se sabe do inverno
até o frio na espinha
Não se encontra o mistério
até desistir a razão
Não se sabe do afeto
até o convite do beijo
Não se sabe da espera
até que a porta seja aberta
Não se sabe estar presente
até que se experimente
a solidão de não estar.

J.M.N

Um comentário:

Anônimo disse...

maravilhoso. o jogo de palavras, a compreensão do que é sofrer. teu blog é ótimo.

Bjs,

Ju