quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Diário da tua ausência VIII

Onde cantam os teus olhos? Onde acendem as estrelas das noites puras em que estivemos? Acordo e nunca sei que dia é, ou quando estou. Acordo querendo dormir para sempre, esperar para sempre, gritar e não mais escutar este grito desumano, agressivo. Um dia a estrada volta e quando voltar estarei seco pela caminhada. Onde estão as coisas que deixaste aqui? Teus panos que envolviam meus panos. Sapatos que se chutavam no escondido do armário. Quero encontrar a imagem do espelho e santificar a graça de ter tua voz no café da manhã. Sempre que entro na padaria, acho que já via aquela cena – você sentada tomando café e olhando a porta, eu morto de fome e te encontrando depois de um mês de separação. Não me atrevo a visitar meus sonhos, pois sei que todos eles secretam aquela substância translúcida que deixavas em minha pele depois do toque – não sei, acho que não tenho mais o escrever dos dias. J.M.N

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