segunda-feira, 19 de outubro de 2009

No som das horas

Faz tempo que não vens por aqui. Dias há, que não se noticiam tuas conquistas, passos, achaques. Não tomas café da manhã nas redondezas. Outros tantos minutos se constituem entre minhas necessidades diárias e a pensa em coisas tuas, nossas. Alumbramentos esparsos que insisto em tomar por memórias. Lembrei que dizias sempre as verdades do avesso e cuidavas para que minhas vergonhas nascessem dos estranhamentos que argumentavas serem exclusividade minha. Ora afeita a contemplações, ora louca por descobertas quase constitutivas. Há meses não retomo meus projetos. Não me cabem nos sonhos os pomares imaginados, o coelho no quintal muito verde a o fim de tarde quieto, em casa feita apenas para três. Bendito o fruto do teu ventre - poesia. Sabias imensamente sobre meus atos mais daninhos, sobre minhas coisas mais próximas às tuas reticências e como não houvesse escape, sabias sobre as minhas desistências através de tuas próprias desventuras. Faz tempo que não vens por aqui. E neste entremeio tenho força apenas para duvidar do que fui ao teu lado, para por em cheque minha imagem no espelho e penso, meio desnorteado, que a semelhança foi nosso maior infortúnio. J.M.N

Um comentário:

ana sofia disse...

por aqui venho como de um esconderijo se tratasse, um canto verde ao por do sol e deixo me deslumbrar com as tuas palavras..

nunca deixes de escrever assim


ana sofia