Quando tua mão artesã juntou meus estilhaços e montou um mosaico tenso, de imediato acendi minhas cores pra que o meu peito fosse a única paisagem diante do teu olhar. Ao perceberes minha loucura, me juntastes num conceito que limita e expande. Não te recusei um abraço porque sabia dos poderes reordenadores que tem a tua pele. Te envolvi num beijo sabendo que a partir do doce da tua boca eu não mais me estranharia.
A partir de ti, não fui mais música atonal. Depois de ti, fui valsa. Antes de ti, arquipélago. Depois continente. Antes poesia concreta. Depois soneto. Por ti não estou mais espalhados pelos cantos. Por ti não sou mais nuvem que choveu.
Vou te confessar algo. Estar no teu cabelo era tão bom pelo cheiro quanto pelo gosto de perdição.
Quando te deixei no terminal, já entrei no carro com algo demolido dentro de mim. A minha ternura, a tua submissão e outros achados impossíveis estavam sendo levados pra um museu de lembranças. Eu tinha sido derrotado. E minha única guarita era saber que o amor é uma espera, uma longa escavação por ossos e diamantes inventados. WDC
Para ler ouvindo....
2 comentários:
Wagner,
um amor despedaçado, uma despedida, algo que termina, a dor... sempre será um grande tema para escrever. aqui demonstras uma fragilidade difícil de adivinhar na tua costumeira mansidão observadora. gostei de vir te ler. apareça nA Página Branca.
abraços,
r
ps: e aquela entrevista? lenda...
Renatón,
Tu e o Neto só podem estar mancomunados pra me cobrar essas entrevistas. rs
Ia te propor entrevista por e-mail, mas perdemos muito quando não sentamos, contamos piadas e contamos causos. Ou seja, não produzimos sem essas desutilidades. No momento, estou sem previsão de ir a Belém, mas assim que eu for, te aviso.
Abraços,
Wagner
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