Sem pressa a angústia prestará o serviço de acabar com a paz. Uma sentença que não estava dita, porém existia em tudo que ela tocava. Eu não preciso vender minha alma. Não era necessário acordar com a calma roubada, com as feridas em carne viva. Mas ela precisava disso. Precisava saber que mais alguém morreria com ela aquele pouco de vida destinado à possessão e à loucura. Não se encontrava com o espelho havia anos. Pura e simplesmente por jamais ter-se inaugurado como gente. Alma integralmente, sem carne que sentir os golpes, sem nervos alcançáveis por cirurgias mal feitas. Saltava de corpo em corpo devastando a história alheia e, no entanto, servia o melhor coquetel de realidade possível. Era um fato para cada beijo, descortinar duríssimo e feroz dos limites de quem fosse consigo. Seu papel no mundo não está claro. Talvez não haja. Para mim, foi a mais profunda experiência de perdição. J.M.N.
Para escutar lendo…
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