Algumas vezes transformamos em posts, algum comentário de nossos seguidores, amigos ou visitantes anônimos. Desta vez, nosso grande amigo José Aremilton de Oliveira nos brindou com um pequeno texto, fundo e denso, como constumam ser os textos de excelentes escritores. Este nosso amigo, inclusive, já teve uma de suas obras publicadas em edição de concurso, com menção honrosa. Tive a grata satisfação de estar presente neste dia. Seu texto é um comentário sobre a postagem “Micro-romance II”. J.M.N.
“A memória daquele que ama guarda certas cenas do outro amado feito relíquias raras. Nela, é como se tais imagens não fossem simples banalidades corriqueiras, cotidianas. É o caso de um gesto, de um modo de sorrir ou – como no caso de nosso herói – de uma forma de sentar. O corpo do amado é um objeto repleto de ornamentos. Vale a pena observá-lo porque ele é a prova tangível dessa sublime existência. É o exercício de contemplação a que se entregam aqueles que amam, no ritmo tácito e imperturbável que estabelecem com o amado. Fora desse diapasão, a mesma cena, o mesmo gesto, tudo perde sua aura mágica. Torna-se uma “metáfora corpórea desajeitada”. Mas se a partida do outro amado não implica “sua sepultura, suas cinzas espalhadas” é porque a memória amante ainda é um delicado relicário, onde a figura do amado ainda exige reverências e atrai certo êxtase devotado. Sim, na memória daquele que ama jaz toda a estética da ausente figura amada.” (Arê)
Um comentário:
Lindo o comentario, bem a altura do texto.
E impressionante como podemos achar coisas boas no Palavras... Atem os comentaristas sao bons kkk.
Bjs
Gisele
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