Leve-me para casa. Tantos dias se passaram e eu não sei mais o que está por trás do silêncio. As ruas daqui têm a estranha faculdade de reaver nossos passos. Ando solto por dentro, mas algo ainda me atrai ao chão desta terra que desde sempre não me comporta.
Volte a dar as cartas meu bem. Tantas coisas a dedicar violetas, cavalos marinhos. A beleza púrpura sob o sol incrivelmente quente daqui e a propriedade de os frutos do teu ventre caberem em mim também.
Enquanto preparas uma volta triunfal, apenas escrevo cartas e canções, fazendo com que os ruídos provocados por tua ausência tenham outro nome que não saudade. Tenham outro porto que não a solidão.
Enfim, me arranco aos pedaços. Caem minhas armaduras. Atravesso um semi-sono destituído de descanso, rosnando, punhos loucos pela batalha. Amor, casa comigo, no fim do ano? Ou pelo menos deixa eu te levar para ver as ondas que eu pularei na promessa de ser teu um dia.
Tua passagem por mim, aquele dia, foi um gatilho doloroso e rebordado em cacos muitos de tantas e tantas ironias, pensamentos e descuidos. Agora que me ouço por completo sei que deveria ter partido bem antes do nosso fim. J.M.N.
Para ler escutando…
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