domingo, 26 de setembro de 2010

Hoje é o dia (ou “a Torre sob o sol interminável”)

Calma, já vamos começar a descer para a Torre. O grande rio trará o vento que precisamos. Vê lá longe, aquelas árvores que cercam a passagem para o mar? São as mesmas que irão se despedir de você quando esse dia chegar. A cidade está amena. Conhecemos o mosteiro. As curvas, os túmulos que visitamos. Pessoas que atravessaram nossos espectros amantes sem perceber. Deixamos lágrimas nas reentrâncias das pedras do lugar. Logo vieram os doces. Pastéis, canela e açúcar. Uma vida inteira pela frente. Julguei ali ter te atrelado ao meu sonho. Estava enganado. Vem, a Torre é logo ali. O vento frio te deixava mais afeita a carinhos. Uma primeira foto. Essa imagem morrerá comigo. Veio de Belém a nau que me fundou/o calado ao meio/cortava a água, feito certezas/nem vi o quanto me perdia de ti. E foi assim que cantei. Chegamos ao fim das sombras. Por trás de nós apenas o sol ibérico sorrindo. E uma torre que contaria as melhores histórias dos meus dias. J.M.N.

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