É quando se engole a seco a comida, desejando-se não estar naquele lugar, sob o julgamento de seus olhos ferozes, sob o pretenso abrigo de quem apenas chora ao seu lado sem dizer verdade nenhuma. Um dia que se transforma em pressa, seqüência ordinária de horas e minutos. Os seus olhos não participam da realidade em redor. Tudo tem cheiro de dissabor e vontade. Mil perguntas guardadas e flechas prontas para ferir e acabar com tudo. Lembranças de mensagens antigas. O que sempre se teve em mente explicar, mas não deu tempo. A última e devastadora confissão de quem tentou fazer tranqüilidade em um campo minado. Também no peito que sangrou em silêncio, um corte fundo até os ossos. É desconcertante ter um mundo de coisas a sentir e dedicar, mas apenas fazer caber na boca, o alimento prejudicado por uma presença que atiça o melhor e o pior dentro da gente. J.M.N.
2 comentários:
Melhor descrição que essa, impossível.
E você, anda encontrando antigos amores por ai?
Bjim,
Lua
P.S. Malvadezinha no meio do expediente kkk!
As pernas tremem. Suamos muito. Barriga dói. Lágrimas nos olhos, às vezes. às vezes dá vontade de correr e abraçar e dizer que tudo deveria ter sido diferente. Mas às vezes, um trator ou uma serra elétrica iam bem.
Lia
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