Podem ser públicos ou privados, desde que sejam sinceros, os teus dizeres. Podem ser gastos ou ter aspirações de vanguarda, não me importo. Desde que eles sejam para mim. Podem ser tortos, encarnados, magenta ou, simplesmente, atônitos, mas devem vir como os suspiros da alma, arrebatadores. Devem vir daquele lugar que não atreves pisar durante vigília, a parte maior do teu dentro. Podes me dizer por cartas ou pergaminhos. Por sinais de fumaça ou meios elétricos, tecnológicos, mas tens que dizer de pronto. Tão logo surjam, para ficarmos livres da maquiagem da culpa, das perfídias dos outros seres todos e seus apelos de constância ou covardias de silêncio. Teus dizeres devem ser brutos, puros e instantâneos, com a precisão balística de sentimentos. Estamos combinados? Espero, então, teus dizeres. Espero a tua sintaxe para abrir caminho e renovar os segredos que todos aqueles olhos atentos juram que não temos.J.M.N
Nenhum comentário:
Postar um comentário