Queria começar parafraseando Mário Quintana: Os filmes não mundam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os filmes só mudam as pessoas. E no caso de Into the Wild (Na Natureza Selvagem), como mudam.
Não é possível assistir ao filme escrito e dirigido por Sean Penn e sair incólume. Não é possível, ademais, assistí-lo e deixar de pensar que a indústria cinematográfica tem muito mais a oferecer do que os blockbusters, engraçadinhos, mas vazios.
A história verídica de um jovem americano chamado Christopher McCandless, toca-nos de maneiras divresas. O tema principal gira em torno da liberdade e da desvinculação social, da construção de uma utopia pessoal de desvencilhar-se do sistema e viver apenas daquilo que a natureza nos oferece.
A belíssima fotografia de Eric Gautier e uma trilha sonora emocionante feita por ninguém menos que Eddie Veder e Kaki King, Na natureza selvagem é daqueles, cada vez mais raros, momentos do cinema, em que o expectador é envolto por uma atmosfera de sensações e despertar de sentidos que nos leva à uma ligação lírica com o enredo, mas, principalmente, com o jovem protagonista.
A força das idéias de Chris e o foco de sua jornada - morar sozinho no Alasca por, pelo menos, 100 dias - atinge aos demais personagens de maneiras profundas e intensas gerando situações maravilhosamente humanas e ternas, por vezes duras, mas sempre permeadas de paixão.
É realmente desnecessário falar da qualidade técnica e do lirismo do filme, quando a melhor coisa que se pode dizer é: ASSISTAM! Em qualquer dia ou hora, mas assistam acompanhados, pois como o próprio Christopher escreveu: a felicidade só existe quando compartilhada.
Um comentário:
Quando li pela primeira vez sobre esse filme, foi impossível não pensar em ti. Felizmente, apesar das condições adversas e históricas (literalmente, foi na última sessão de um "cinema de rua")conseguimos assistí-lo juntos, o que tornou o filme ainda mais especial pra mim: mais um momento de felicidade compartilhada.
Beijos!!
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