"Este sonhar acordado, este cismar poético diante dos sublimes espetáculos da natureza, é dos prazeres grandes que Deus concedeu às almas de certa têmpera. Doce é gozar assim... mas em que doçuras da vida não predomina sempre o ácido poderoso que estimula! Tirai-lho fica insipidez; deixai-lho, ulcera por fim os órgãos: o gozo é mais vivo porque a acção do estímulo é mais sentida... mas a ulceração cresce, o coração está em carne viva... agora o prazer é martírio".
Viagens na minha terra, cap. XXIX - Almeida Garrett, p. 183
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