segunda-feira, 26 de abril de 2010

Poema do amor (in)verso

O mundo que te prende me liberta
O mundo que me acalma te confronta
O mundo que me despe te conserva
Aquilo que me faz te desmonta

Outubro que te santifica me corrompe
Aquarela que te colore me acinzenta
Água que te sacia me consome
Amor que a ti confunde me orienta

Caminho que te perde me encontra
Rotina que me extingue te inaugura
Escafandro que te protege suicida
A palavra que te nomeia é minha morte

A reserva do que sinto te afasta
A releitura de meu passado te assassina
O tempo vago com que me curo te assusta
Não cabe mais um adeus em tua vinda

O tanto que te entrego pouco dura
A métrica que te rima é impostura
Meu teatro a céu aberto é tua rinha
E fazes um bordel na minha escritura

Na rua, as esquinas te resumem
Há placas e milhões de epifanias
Em meu sangue coagulam tuas dúvidas
(O que mais amo te domina e faz mais pura)
E quando lutas as batalhas que te derrotam
Mais eu quero proteger a tua vida
Mais eu quero ser convocado por tua loucura

J.M.N

Belém, 13.04.2010

2 comentários:

Anônimo disse...

lindo este poema... devias escrever mais poesia.

Mel.N.

Anônimo disse...

Concordo com o comentário acima... devias escrever mais poesia... lindo mesmo.

Bjs,