terça-feira, 27 de abril de 2010

Equívoco

Escolheste me trair. Escolheste mar aberto em vez de portos. Escolheste punir a placidez dos lagos com pedras atiradas com força. Escolheste o sangue de feridas abertas para teu troféu. Destilaste veneno no que fomos um para o outro. Deixaste a casa secar como um organismo morto. Deixaste a fenda secreta exposta aos inimigos e por isso, jamais te perdoarei. Escolheste sal à doçura da calma. Escolheste teus absurdos diante das certezas que te dei. Fixaste raízes onde não posso ir. Ilhaste segredos onde ninguém os achará. E dentro de mim plantaste a dúvida do que éramos e do que viríamos a ser sob o mesmo teto. Escolheste mato à urbana paisagem de planos e bem aventuranças, janelas perfeitas para jardins estrelados. Escolheste tudo quanto foi sacrifício. Tudo quanto foi pena. Escolheste, por fim, algo a que não me permiti. Escolheste deixar tudo para trás... Não, meu bem, escolhi apenas a mim mesmo. J.M.N.

2 comentários:

Camila Ingrid /Cerejinha disse...

lindo!

Anônimo disse...

Caraca, que porrada heim!
maravilhoso esse.

Lua