sábado, 30 de janeiro de 2010

Porque não sei, porque não sei ainda!

A melhor oferta que tive foi a de um amor passageiro, a acontecer nos intervalos do trabalho, entre os vãos das escadas, entres os papéis estocados do porão. Três dias seguidos. E ainda teve o alerta de que não era certa a entrega. Mesmo na urgência. Decidi deixar de lado. Apesar do beijo. Depois foi uma série de abraços e comportamento redundantes. De lá para cá ousadias acontecendo desde os olhares aos toques sutis de quando se quer apenas perguntar por quê? Indo e vindo. Olhos e alardes feitos de qualquer coisa que estivesse na prateleira. E tudo se resumiu àqueles dias, novamente. O que queríamos no mais escondido pedido de socorro. No mais franco dos desafios. Enquanto íamos aumentando os gritos e querendo por à prova o que não soubemos pelas bocas dos demais. Era um tempo em que nenhum de nós tinha a certeza de que sairia vivo. Mas ainda assim chegamos juntos aos funerais das certezas e estivemos, horas e horas, deitados na chuva. Enquanto todos os outros personagens se iam e deixavam apenas as figuras e as inesquecíveis vistas parciais de nós dois. Andamos juntos por um tempo. Mas o destino cobrou seu preço. Cá estamos. Você em qualquer lugar sem cobertura de rede talvez vivendo, talvez sendo entendida. E eu abrindo mais uma vez as veias sem cadência alguma. Esperando meu amigo acordar para perguntar-lhe o que faço com tom de perda exageradamente estampado em meus lençóis, nesses escritos que, juro, querem mudar de cor. J.M.N

2 comentários:

Anônimo disse...

...É mas, a vida e bem certa que se vale apena viver...

Anônimo disse...

Tem respostas que somente nós mesmo podemos nos ofertar.As da certeza ou das incertezas,mas que depende de nossas escolhas, das quais perpassam pelo coração ou pela razão.