domingo, 24 de janeiro de 2010

Poeminha sonhado

Não houve farpas
ou uma grande decisão que se tomou.
Nem amantes com um filho
cujo pai no cartório não pisou.
Apenas essa veia
que aberta e sozinha
lenta se esvaziou.

Os documentos todos eu levei
meu passaporte, cartões de crédito,
certidão, o comprovante que votei.
Sei de onde venho
e posso ir pra qualquer cidade;
sei meus escolhidos,
mas não sei se me escolhi
pois ela ficou com minha identidade.

Já pedi pra outra me fazer esquecê-la
fazer calar o nome dela como um ruído
mas perto de outras mulheres
pareço usado, puído.
Perto de outras mulheres
me encontro antiquado
como um rádio de válvula,
como um poema rimado.

WDC

2 comentários:

José Mattos disse...

E essa textura que enreda nossos sonhos mais esquisitos e mais libertários? Como ficar sem isso? Como viver acordado sem esse tecido que nos agasalha e protege?

J.Mattos

Unknown disse...

que poema lindinho.