Não houve farpas
ou uma grande decisão que se tomou.
Nem amantes com um filho
cujo pai no cartório não pisou.
Apenas essa veia
que aberta e sozinha
lenta se esvaziou.
Os documentos todos eu levei
meu passaporte, cartões de crédito,
certidão, o comprovante que votei.
Sei de onde venho
e posso ir pra qualquer cidade;
sei meus escolhidos,
mas não sei se me escolhi
pois ela ficou com minha identidade.
Já pedi pra outra me fazer esquecê-la
fazer calar o nome dela como um ruído
mas perto de outras mulheres
pareço usado, puído.
Perto de outras mulheres
me encontro antiquado
como um rádio de válvula,
como um poema rimado.
WDC
2 comentários:
E essa textura que enreda nossos sonhos mais esquisitos e mais libertários? Como ficar sem isso? Como viver acordado sem esse tecido que nos agasalha e protege?
J.Mattos
que poema lindinho.
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