segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Do outro lado

Acordo derramado. Evidente e triste diante da aurora que me encurta o que as trevas me deram durante o sono. Não estou mais nela. Não estou mais em mim. E descubro onde eu a pertenço, do outro lado do que podem nossos beijos. Enquanto me perguntam as células o que haverá de ser dos meus sistemas. Estou inválido pedindo a volta. A meio caminho de descobrir o que ainda me consome dentro daquele riso. O que ainda me desprende desta realidade dos dias. Às vezes um horror por me saber secreto. E pergunto o que fez de mim tão adorado que deu fim a tudo que se construiu. As mesmas substâncias, no querer e no fim. No negro da noite um encontro às cegas e as mãos quase se tocam para iniciar um abraço sem fim. O que não tenho no real do dia, consigo no espaço-tempo adormecido. O que não me permitem os deuses diurnos, pasta esfomeado enquanto durmo. J.M.N

Um comentário:

Anônimo disse...

"O que não me permitem os deuses diurnos, pasta esfomeado enquanto durmo." que coisa forte...

Bjs.