sexta-feira, 6 de junho de 2008

Romaria

De noite a Santa repousa. De dia arrastam-se os pés descalços. Orando os filhos postiços, atrás da virgem, vão cantando.

Tem homens caindo em redor.

Mulheres julgam-se amigas. Atrevem-se a chamá-la de “minha”.

O dia é quente que dói.

Um mar de gente, já diziam.

E eu esperando ela passar.

Finalmente passa por mim, repara que estou ali e me faz um sinal.

Santinha, obrigado pela existência do meu amor, das tardes de sexta-feira e da saudade, que afinal é o nosso grito infinito!

Vou me envolvendo na multidão. A romaria agora é minha. Sagrada seja a multidão em que ela anda. Sagrado chão percorrido.

Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco e ela certamente é comigo...

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