segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Pedras de papel e poemas Teutões antigos

Assino: coisa. Simples assim. Minha substância acabou mais que depressa quando saí da aldeia. Fui-me enchendo de mundo, do cheiro dos abraços de pessoas que nunca mais iria ver na vida. Costurei minhas roupas feito alfaiate. Meus ternos foram feitos para durar. Minhas peles para esfoliar de quando em quando. E acontece que era eu atirando aquelas bolas de papel no parque. Para te acertar mesmo. Se abrisses uma delas que fosse, verias tantos monólogos impróprios: conversas com meu corpo, sujeiras para as mulheres da noite, abelhas nos ouvidos para cooptar raposas. Infesta-me essa civilidade perfumada da gente. Acaba que nunca acabamos. Apenas dissemos o que precisávamos naquele momento. O ponto final nos haverá senhores idosos, acho eu. Tantos rascunhos por terminar e ai, te vejo comprada com ursinhos de pelúcia. Queria ser tão simples. Ou simplista? Dane-se, no fim das contas a horda passou ao que somos e um dia o que somos passará a outra coisa. Assim caminharemos. Espero não estar mais. Por hoje chega. Não te ofereço nenhuma mais palavra. Tem só um verso escrito em maio ou janeiro, já não sei. Em resumo ele diz que posso seguir em frente. Isso mesmo: autorização pessoal. O que diz suas rimas? Quem disse que poemas desse tipo – libertador – tem que ter rima. Lá vem você com seus esquadros. Até mais! Com minhas próprias palavras. J.M.N.

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