segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Agora que acabou eu começo

Agora que acabou eu começo tristeza
Quais coisas me pedes? Um terno? Um pente?
Minhas abotoaduras de ouro?
Não reconheço essas dívidas que apresentas
É um fim de vida que não houve amor
Não é a minha. Contradições sim, desterro...
De onde vens com esses vilões de preto?
Vi que te acompanham com as bocas secas
Beberam tua água, tuas lágrimas, teu suor
Como te revelarás humano?
Não urinas, não choras, não resfrias
Agora que acabou eu começo a dizer
Diante do que fomos, fui muito pouco
Ainda faço todo o expelir de meu corpo
E ácido me onero com a eternidade
E furioso me reconstruo com o que sobrar
E tendo sido acusado:
Espero passar os anos para que sintas
A culpa é um peso de dois fardos

J.M.N.

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