E agora, meu peito?
São apenas minutas as cartas de ontem
A entrega morreu à sua porta
De tão desfeita e ignorada
Minha velocidade desperdiçada
Enquanto corria perdi o rumo
Dos teus calcanhares, mendigo
Era eu ou nós dois
Onde ficou a noite que era nossa cola?
Deitou-se no mar de perguntas
Nas costas de deusa nenhuma
E eu que estou sozinho
Tossindo risos sem nada mais que expelir
É tudo duro e seco e sem lábio
Um beijo áspero que machuca e consome
Onde anda a sensação?
Enquanto invento essas maldições
É tudo um só desespero na carne
Enquanto a porta denunciava a partida
Eu ficava sem chão para sempre
J.M.N.
Brasília, 20 de agosto de 2010
2 comentários:
Lindo texto... lindo mesmo.
Melancólico, porém entregue.
Gosto muito da tua forma de falar das dores de todos nós.
Beijos,
Cláudia
Que dolorido isso...
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