terça-feira, 17 de agosto de 2010

Castanho

Sabe Deus que angústias te seguem e causam esses pequenos redobros de alma que apensados aos teus olhos, em vez de matá-los, tornam impressionantes, comoventes. Os habitantes de meu corpo se aquecem, soltam-se loucos diante desse espelho magnífico. Teu olhar é como um poema que fui buscar no mais fundo silêncio da adoração. Que passem já as horas em meu relógio de pulso, para que eu sinta vindo de minha mão esquerda diretamente à minha engrenagem reticente, tua presença. Essa cor que provoca choro em minha pele, que perturba as minhas mais sozinhas horas. Esse castanho deserto que é capaz de avenidas para perseguir meus desejos e me entrega frutos dulcíssimos. E tão distante de mim, agitado, esperando que as horas passem, penso no que escrever para celebrar teu olhar que me refez, que me adornou em minha própria solidão, impertinente e bem vindo. J.M.N.

2 comentários:

Anônimo disse...

Fiquei meio impressionada quando li isto.É belo!Que bom que enalteces a cor dos olhos da mulher paraense.
Achei tão doce.


Sucesso!

Anônimo disse...

Deve ser porque este "castanho deserto" ainda espera por um alguém que preencha seu deserto...o oásis para saciar a sede não só do corpo mas da alma.


Anônimo.