domingo, 7 de fevereiro de 2010

Perguntas de Ontem VII

Não, eu não poderia tê-la deixado amarrar os meus cadarços. Isso não. Já não basta essa risada pendendo a cabeça pro lado direito que me deixa sem direção? Já não bastam esses dedos magros que procuram vacilantes as minhas costelas num abraço que me faz querer esvaziar por dentro pra esperar a doce ocupação daquele corpo frágil? Já não basta esse jeito de arquear o lábio inferior quando ela vai falar algo engraçado e que me deixa absolutamente sem respostas? Não, eu não poderia tê-la deixado amarrar os meus cadarços. Não pelo ato em si, mas pelo laço. Enlaçado que estou, seria necessário uma vida e mais um pouco para desatá-lo.

Pergunta de Ontem: De que detalhes é tecido um grande amor?

7 comentários:

José Mattos disse...

... de conversas mudas e distantes como as eras glaciais... de inconformidade e ausências que fazem barulho por todo lugar... de caminhos repetitivos por esquinas e mundos que foram só nossos... de uma flor no braço perdido longe de mim... de lambaris escritos, declarados com o mais entregue tom de memória, de fogos na noite, de sentenças para fim.

J.Mattos

Anônimo disse...

...de sacrifícios e desafios a perder de vista,de cartas anôminas para se poder dizer o que as palavras não verbalizaram...de curtos encontros alucinantes a se guardar em segredos...da troca de olhares lascívos,de bombons de chocolate, de abraços acolhedores e calientes...de sorrisos à alegrar a alma,de fantasias... de muitas lágrimas derramadas...de uma esperança lançada ao destino.

Anônimo disse...

...da cruz cravada de cristais a está no peito dela no ato da entrega,desejou ter lhe dado de presente...Objeto testemunho de seus atos insanos, desesperados,de se viver um amor de sacristia.Ou de lugares profanos,o qual esteve,ela e a cruz...E única a fazer companhia nas horas mágicas das lembranças e saudades.

Anônimo disse...

de um medo arredio de confirmar os segredos. de atender o telefone e dizer que não esteve por perto, msmo lembrando de dtas e perguntando entre frases soltas o que eu queria saber. é feito de desejo permanente de estar de volta. é acreditar que foi suficiente negar o que é tão óbvio...

Anônimo disse...

...de viver eras marcadas pela pelo juramento de um reencontro permanente, de lembranças muito remotas a transcender o querer do destino...Ao reconhecimento do que é comum aos dois...àquele elo de confiança que se perdura pelos tempos...as marcas deixadas no corpo e a expressão do silêncio no olhar...É tecido daquela sensação de familiaridade ao toque das mãos,e do aconchego ao descansar sobre o peito ao ouvir o palpitar impulsivo do coração...É o bem querer...o desespero pelo querer está perto...é o querer dizer algo quando se fica calado...É tecido do abalo de nossas estruturas quando alcançamos o reconhecimento das almas,é saber de todas as vontades do outro quando ninguém mais sabe,é a comunicação pelo olhar, é está perdido dentro de sí mesmo por viver uma vida que não é sua...é pedir ao destino que seja seu amigo.

Sara disse...

De uma dorzinha nas costas ou no musculo de perna, após uma entrega de corpo e de alma;

Anônimo disse...

do medo de sse confessar as palavras deixadas à mostra... da eterna dúvida de se saber a razão de um ato tão destruidor... é feito de tantas pequenas coisas e lembranças que enquanto estamos um de cada lado, podemos sentir a presença do ser que amamos, mesmo em segredo, contornar todos os obstáculos e superar todas as alturas para estar próximo dando a certeaza de que ainda está lá... e sempre estará