quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Então eu soube que estava só

Ao menos uma certeza. Assim posso dar continuidade à despedida. Encontrar canções que signifiquem este estado fracionado em que me encontro. Sei que a resposta dela é legítima. Como legítimas são estas lágrimas que não coagulam. Este tremor de uma febre poética tão desumana e devastadora que me aflige desde aquele dia. Liguei ao meu irmão para chorar e existir da única forma que sei, maneira esta que não nasce em qualquer braço. Na totalidade de meu tempo. No acúmulo de minhas instâncias. No frêmito pesaroso e destituído de proteção que inaugurei com ela. Ou que talvez tenha sido desde sempre o meu e ela tenha, sem perceber, permitido que eu o ativasse em potência máxima. Dito isto e sabendo que, afinal, ela não andou em meu endereço, posso tomar o avião. Posso seguir viagem. Posso confirmar as vozes que me assopram de muito longe, que esta terra por sobre a qual ainda piso, não tem mais minhas pegadas, pois meu peso e significado se anularam. Porque, simplesmente, já não há nada meu nessas planícies. J.M.N.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ai, mais quanta tristeza nessas linhas!

RTD

Anônimo disse...

Querido amigo,

Depois de falar contigo, entro aqui e leio estas linhas. Como é isso?
Como partes do que falamos para te derramar nisso?
Sei que viram nisso tristeza. Eu vejo revelação. Força e coragem para continuar. Um rito interno de passagem... desses que só você sabe fazer.

Estarei sempre aqui.

Bjs,

S.B.