quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Fragmentos

As partes deste sonho misturadas
São como âncoras de um barco à deriva
Falíveis, dançando nas águas
Sem tocar o fundo
Tudo se encontra nestas partes
Meu corpo que antes respondia
A janela branca do fim da rua
Partes do coarador do quintal
E tua presença
E tudo, ao mesmo tempo
Se perde nos fragmentos
A verdadeira ousadia, o olhar
O frêmito do dia da partida
A vontade de não voltar jamais
A presença sem forma
De outros tantos sonhos
Agora que eu vi com os mesmos olhos
As cores de seu esquife
Perdoe-me a franqueza, mas
Não ando querendo fulgências, ar
Tragam-me a carne viva e pulsante
Espero um beijo de morder-se
E regozijar
Um poema de carne osso
E temporais
Como as partes misturadas desse sonho
Já tão distintas do que eu queria
Anteontem
Já tão prenhes

Dos quereres de manhã

(J.Mattos)

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