domingo, 9 de dezembro de 2012

Um Desejo

 

Se eu tentar sair por aquela porta, por favor, senhor, me impeça. Não acredite em nada que eu falei, se o que sair da minha boca criar lonjuras entre nós dois. Usa da tua carpintaria pra mostrar como esse tempo todo estava tomada por esses caprichos de criança.

Chega perto de mim, com a serenidade de uma castanheira, e ouve cada palavra como quem olha pra um escaravelho.

Fala que o meu amor te salvou e que o teu é mais intenso que o sol. Que a tua paciência não finda e que a tua espera será mais forte que a vida.

Vem aqui em casa, diz que tudo é teu também. Vem te apossar dos teus despojos e que, bárbaro, seguirás me invadindo. Desmancha as minhas dúvidas junto com as rugas do lençol. Se eu resistir, sabes como me afofar. Se eu me abrandar, sabes em mim onde os incêndios todos estão. Se eu dormir, senhor, coloca a boca junto à algaravia dos meus sonhos, e pronuncia, num marulho, o meu nome. Te peço isso confrangida porque só nos volteios da tua voz descubro quem de fato sou eu. WDC

3 comentários:

Anônimo disse...

Uma mulher falou por dentro ti agora...


Sara

Anônimo disse...

Sem palavras...

Anônimo disse...

Sem palavras...

KSR