domingo, 4 de janeiro de 2009

As primeiras lembranças do ano

Sei que não haverá amanheceres como aqueles. Sei, no fundo, que as cores desistiram de minhas telas e as paisagens, por conseguinte, ficaram desimportantes. Ando como um homem esperando o outro homem a quem dei vida tornar-se parte da história, fazer sombra como um valente, entender os segredos quem me antecedem e quem sabe desculpar minhas faltas. Sei que não haverá dia para isso, e, portanto, apenas espero. Espero como antes esperava a morte, ansiando mosquetes e rebeldias. Hoje o truque é o registro das despedidas, uma vez que não há ímpetos de valentia e o sono é deveras sossegado. Sei que nunca haverá celebrações e que as cartas trocadas anos depois foram apenas para dizer que morremos um para o outro, apesar de estarem repleta de amor e reconhecimento. Escrevi a minha, pois naquela altura senti-me inteiro, como um homem inteiro, como um pássaro atônito a esquecer as migrações e rumar sem rumo para abraços infinitos. Estive ontem revisitando estrelas e cantando coisas que sempre partiram de ti e neste fazer de passados diminutos, pude encontrar o que me faltava – nossa história. Escrita como em sonhos diurnos, nostálgica na medida exata e sempre repleta de citações e fortunas, um presente esplêndido como a tua respiração a soar descansada nas manhãs de domingo.

Um comentário:

Borealis disse...

Olá. Já faz algum tempo que tenho o blog de vocês em meu favoritos. Tanto que nem consigo me lembrar como cheguei até aqui...

A verdade é que, desde então, havia lido apenas um post, mas cobrando-me de retornar o mais breve possível.

Enfim,já não era sem tempo. hoje comecei a ler o blog de vocês, a partir do primeiro post.

recentemente me despertou o interesse pela literatura, e, sem nenhuma especialização pra isso, é que venho me aventurando a escrever (raramente) alguma coisinha...

ainda não domino as palavras, tudo me sai em incertezas e a gramática ainda me é um mistério. digo isso para justificar a ausência do que seriam os meus comentários. não me expresso muito bem, quanto mais para elogiar. vou preferir ficar calado para poupá-los de um comentário medíocre ou clichê.

porém, sei o que me agrada, quando me impressiono e me identifico. creio que a mim não falte a sensibilidade para compreender e, por consequencia, sair tocado, como sempre sou, pelos belos textos que se encontram por aqui..

abraços, um amigo.