sexta-feira, 7 de abril de 2023
Rei
Emborca o corpo no lombo
Do burro pequeno que levou o rei
Sente a majestade do abandono
O caminho de estrelas se abrindo
Ora o rio te endireita e te leva
Ora desmente a vida e te traga
Desce daí menino sem sombra
Dobra o sino em meu louvor
Eu sou a solidão dos tempos
Não levo nada a lugar nenhum
Ora, que o rio te endireita e leva
Nega, e o rio desmente a vida e te traga
A beleza da pobreza é nenhuma
E a realeza que te espera
Só pode sobrar da tua própria entrega
Parta-se para dar tua semente, eu
Chora, que o rio há de compreender
Sonha, senão a vida te liquefaz
Sem leito por onde vagar
Sem caminho que seguir
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