terça-feira, 7 de agosto de 2012

A arte de esperá-la

Toalhas e lençóis limpos. Sabonetes. Ligação dela informando “estou saindo”. Cálculos mentais. Preocupações com a estrada. Ligar para a pizzaria. Pedido: uma pequena de frango com catupiri e dois refrigerantes. Entregar apenas daqui a hora e meia. O jantar precisa chegar meia hora antes, pra que ela encontre a pizza ainda quente e o refrigerante gelado. Espuma de barbear. O passear lento da lâmina pelo itinerário que a língua dela encontrou no rosto dele. Banho. Desodorante. Roupas de aguardar. Folgadas pra que ela veja que ele a aguarda de corpo inteiro. TV. Jornal para mantê-la informada. Um pouco da novela pra puxar assunto antes do sono. Relógio e celular sempre na órbita da cama. Ansiedade pela chegada daquele segundo exato em que ela chega e sorri, e o tempo vai embora. WDC

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu amo, mas existe um momento em que magoar, terminar e mesmo sofrendo e falandoo absurdos que sai da boca pra fora é a única forma de nos proteger de uma dor muito maior no futuro. Sofro muito, mas sofreria mais amanhã.

Anônimo disse...

Não tenho defesas para os absurdos. Sofro com isso! É a maior dor de todas! No mais, concordo e também amo.