Eu te chamo do meio da terra
Foste enterrada
Meio metro da entrada de meu quintal
Queria essa proximidade de visita
Ia beber água e te jogava um copo
Teu corpo me recebia manhã e noite
Estavas lá
A capturar-me Senhora deste e do outro mundo
Como dançar sob a Lua com olhos térreos
Como os teus?
Não pude mais
Durante a última tempestade movi teu corpo
Refiz a terra de teu sono eterno muito além
Perto das terras do Senhor Coronel
Perto das roseiras para o grená da tua dor
Hoje eu bebo a água toda de meu copo
Uso e reuso o solo de minha casa
Hoje eu descanso ensolarado e descanso
A chuva cai sobre os campos
Esta visão é como um quadro bem pintado
Posso ver e sentir, não posso (e não quero)
Jamais voltar a tocar.
J.M.N.
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