sexta-feira, 8 de junho de 2012

De manhã

para Iva

Sua carne se anuncia. Existo levíssima
Manhã bem cedo. Ela me invalida
Sou água. Todo escorrido. E ela me lambe
Líquido. Açúcares. Vaidade. Ela aparecida
Bem na porta do dia. Madrugada vencida
À flor da pele – alegria. Eu peço mais peso
Quase escapo de mim. Ela me beija.
Azul, seu gosto. Do mar ao firmamento.
Tão leve. Seu corpo me golpeia de canto.
Por toda parte sou seu. Tão leve.
Líquido suspenso por sua pele que pergunta.
Sobre nós a única benção possível.
Selados. Conjuntos. Desavisados.
Tão leves como alguém que acaba de nascer.
Para o bem e para o mal. O amor não escolhe.
Como acontece é próprio de seus segredos.

J.M.N.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nós somos um lar.