Alumbram minhas noites as desgraçadas da ponte. Aquelas mulheres dependuradas. De umas vidas imundas à beira do mundo. Meu mundo as colhe e rapta para dentro do tesouro da letra. Viram Margaridas, Tulipas, Mirabilias, Vitórias. Mas a coisa feia de as ter comprado tão barato se insinua perpetuamente. Esfregam em meu rosto as minhas escolhas. As feias com as abandonarei se de seu amor sem rosto eu me venci e acordei para o mundo. Como negar as empregadas suspensas nas porções mais nostálgicas de minha adolescência. Todos escondiam ou preservavam-se para a pessoa certa. Sempre achei que a pessoa certa não viria. Como não veio sempre e como continuará sem vir. Pois certo mesmo é que aquelas mulheres me culminam. Admiro-as todas em seus corpos bem feitos, mal feitos, corpos esquálidos, corpos de sirenas, alados corpos de aves fugitivas.
2 comentários:
Meu eu repleto de alegrias colhidas em tuas palavras!
Bom dia!
Sou a mulher perpetuada em teus sonhos. És o homem que passeia em mim todos os dias. Te amo involuntariamente. Súbito desejo platônico.
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